quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capitulo Dois - Ousix

Ousix era o nome que levava o pequeno vilarejo de origem francesa, onde moravam os Dakin. Este pequeno vilarejo, à meia hora de Kamloops, Columbia Britanica, Canadá.
Era composto por sete ruas e algumas casas senhoriais, também era cercado por colinas e bosques que traziam certo charme ao vilarejo.
Ousix, comparada às cidades grandes, era medíocre, mas tinha muitas e muitas histórias que chegavam a dar inveja.
Fundada em 1812, as casas ainda preservavam a arquitetura da época. No centro do vilarejo havia uma praça com um chafariz.
Os habitantes da Ousix faziam o tipo da família Dakin, ou seja, as pessoas que moravam ali eram bruxos, vampiros ou mestiços.
Como já foi dito, alguns bruxos odeiam alguns vampiros, por esses motivos os vampiros e bruxos que não seguiam os padrões de confronto, viviam ali.
Outro importante nome de família que habitara o vilarejo eram os Ranscinni. A família Ranscinni habitou a Ousix até a carnificina que os envolveu. Habitavam na maior casa do vilarejo, que no momento se encontrava abandonada. Ao anoitecer a imagem do casarão era muito mística.
Hugh Dakin morava ali deste seu nascimento. As maiorias de seus vizinhos ali não tinham filhos, os únicos eram os Dakin e outra família chamada Akinburguer.
Os Akinburguer habitavam na terceira rua subindo da praça central; num casarão de época com três andares e um jardim bem bonito faziam parte da propriedade.
Nashta Akinburguer era filho único de Lucy e Aroon Akinburguer. Todos eram bruxos. A personalidade de Nashta era um tanto fácil, dito um tanto, pois - raramente - tinha momentos de egoísmo e julgava-se mais esperto que os outros.
Hugh e Nashta eram amigos, mas não estudavam na mesma escola; embora morassem apenas quatro ruas um do outro, era raro quando se encontravam.
Fazia um ano do ocorrido em Kamloops, entre Hugh e o garoto Mike, deste o termino do ano letivo Hugh tinha perdido toda a vontade de continuar seus estudos.
Embora frequentemente afirmasse que não iria voltar para a escola, seus pais diziam que ele iria sim, e iria para a Flyboots.
Flyboots era o colégio de “gente rica” que Christian e Sara como bolsista, havia estudado durante a infância e adolescência.
Hugh estava sentado na cama enquanto folheava um livro de capa vermelha e surrada chamado: Dinastia Gwdollen. As folhas amareladas estavam quase se soltando por causa do tempo. O livro pertencia ao seu avô, Sean Dakin.
Seu quarto não era tão grande, mais cabia perfeitamente sua cama, seu guarda-roupa, sua cômoda, sua mesa de cabeceira e um abajur em cima deste.
Hugh nem chegara, a saber, direito o porquê estava com aquilo, mas mesmo assim continuava a folheá-lo a procura de imagens, mas nada viu, então fechou e atirou-o para trás; o livro bateu na parede e caiu aberto com a capa para cima.
Estava tudo tão entediado que tomara um enorme susto com a estridente voz de sua mãe que o chamava.
- HUGH, DESÇA AQUI, PRECISO DE VOCÊ!!! - a voz de Sara cortara o silencio, não só da casa, mas o de toda Ousix.
Hugh pulou da cama e correu em direção ao jardim.
A casa dos Dakin seria mais avaliada como uma "pequena mansão", em vez de uma simples casinha. Tinha dois andares; era pintada - por dentro - de verde musgo e o piso era de madeira de pinheiro, que fora retirado do bosque, talhada e introduzida na casa pelo tetravô de Sean Dakin.
No corredor, onde estava Hugh, ficavam todos os quartos e o banheiro, o de Hugh - que era o primeiro com uma porta de macieira um tanto avermelhada - o de seus pais – que era na segunda porta, também de macieira - e mais um de visitas e o banheiro na penúltima e ultima porta, respectivamente, e era do mesmo material das anteriores. O corredor tinha também, alguns quadros, todos de Dakins passados e por fim haviam duas escadas; uma de faia, bem estreita e em caracol, que subia para o sótão, e uma de carvalho, bem ornamentada com balustres no estilo gótico e modelada, larga, que descia para os cômodos abaixo, como a sala de estar, cozinha e sala de jantar.
Hugh desceu e chegou à sala de estar; esta era bastante ampla. Dois sofás e uma poltrona, ambos verdes, que ficavam de frente para a lareira e entorno de uma mesinha, havia uma estante de teixo – que fora comprada pelo pai de Sean de um mercador português - com alguns livros e enfeites. Também havia mais quadros lá e o que chamava mais atenção era um retangular, bem grande, que estavam nele, um homem – sentado - barrigudo com um vasto bigodão um tanto curvado para cima, usava um monóculo, uma casaca preta de seda e com longas abas traseiras, sua expressão era séria; ao lado do homem estava sentada uma mulher com aparência severa, usava um coque para prender seus vastos cabelos pretos, vestia um vestido de cetim bem ornamentado em cor preta com poucos babados e fechado até o pescoço; em seu colo estava uma menininha com rosto redondo que usava um vestido com muitos babados e bastante comportado e seus cabelos cacheados estavam soltos; mais atrás, de pé estavam dois meninos, um já era adolescente e aparentava ter uns dezesseis anos tinha, no rosto, uma pequena quantidade de espinhas e tinha o rosto bastante bonito e um pouco triste, seus cabelos pretos aumentavam seu charme de galã, usava um colete preto sobre uma camisa branca, calças e sapatos igualmente pretos e o outro aparentava ter uns onze anos, tinha o rosto bastante frio e duro para a idade e vestia a mesma roupa que o outro; era incrível a semelhança entre o este menino e Hugh. Aqueles eram os Dakin do ano de 1865, as pessoas – e vampiros - mais poderosas da Columbia Britanica. Hugh não parou para admirar esse retrato. Afinal o via todo dia.
Naquela casa tudo, era tão velho, que, qualquer aparelho novo fazia um extremo contraste com os moveis antigos.
Seguiu em direção a porta da cozinha. Ao entrar sentiu um forte cheiro de torradas e café recém preparados. Aquilo fez Hugh se sentir mais acordado.
A sala de jantar dos Dakin ficava bem ao lado da cozinha e era composta por uma mesa comprida com doze cadeiras, ambas de madeira escura e num estilo rústico.
Em relação aos outros cômodos, a cozinha, era o menor. Num estilo de cozinha norte-americana.
Lá o novo e o antigo se misturavam. Pia antiga, de mármore, ao lado do fogão cinco bocas. Armários de pinheiro, da época da construção da casa, com uma geladeira ultra-moderna.
Continuou e finalmente chegou aos fundos da casa, onde se erguia uma estufa, já dentro desta havia uma grande variedade de flores, de orquídeas a um grande girassol que aparentava estar murcho.
- Me chamou mãe? - perguntou Hugh entrando.
Sara estava vestida com uma roupa velha, verde, luvas de jardineiro e um avental rosa muito sujo de terra. No momento que Hugh chegara ela aguava uma tulipa arroxeada.
- Sim filho. Me ajude a plantar aquelas mudinhas, sim? - e apontou para o outro lado onde havia uma estante com varias geringonças e quatros mudas envoltas num saco cheio de terra úmida.
- Do que são? - perguntou Hugh pegando um vaso, uma pequena pá e indo até elas.
- São rosas.
- Quem deu? Pensei que já tivéssemos uma. - indagou Hugh envazando a primeira muda.
- Lucy Akinburguer que trouxe pela manha. As nossas murcharam. -
Ao acabar, Hugh foi em direção a uma torneira para lavar as mãos, foi quando Sara começou.
- Lucy me disse que Nashta vai para um colégio chamado Caerdwyff, fica na Ilha Vancouver. Muito bom aquele colégio, o melhor do Canadá, segundo Lucy.
Hugh já tinha uma decisão formada sobre aquele assunto e não iria voltar atrás.
- Mãe, já falei que não quero voltar para a escola. Todos me olham torto e parece que eles têm nojo de mim, só por que sou assim. – falou enfatizando para sua pele.
Sara sabia o que aconteceu com Hugh um ano atrás e também tinha o mesmo receio que ele.
- Tenho medo de acontecer de novo.
- Mas voçe não pode parar com seus estudos só por causa de uma coisa boba. Voçe terá que seguir com seus estudos. - sua voz tinha um quê de bronca.
Hugh abriu a boca para se defender, mas engoliu em seco.
A porta da estufa se abriu e um homem um tanto pálido, com feições serias, quiexo quadrado, cabelos pretos, olhos castanhos e vestindo um palitó preto apareceu. Era Christian.
- Se não é meu filhão e a minha mais preciosa flor. - dito isso Sara corou. O rosto serio de Christian ficara alegre de repente. Caminhou até Sara onde abraçou-a e dera-lhe um selinho. Hugh desviara o olhar.
- Como vai, moça? - perguntou novamente em tom de brincadeira.
- Tudo bem. Como foi o trabalho? - perguntou Sara desvencilando-se de Christian.
- Quase tudo bem. Só uns probleminhas aqui e ali, mas fora isso, tudo bem.
Sara tirou o avental e as luvas e jogou-as dentro de um velho balde.
- Vou tomar café, mãe. - falou Hugh retirando-se.
- Opa, filho nem falou comigo. - disse Christian.
- Oi. - respondeu ele.
- O que há com Hugh?
Sara deu de ombros e foi até a saída com um molho de chaves na mão. Christian a seguiu.
Já do lado de fora perguntou.
- Essa estufa me lembrou uma piada. Quer ouvir?
- Não. - respondeu Sara, pois, em geral, as piadas de Christian eram todas sem graça.
- Vou contar assim mesmo assim. - falava enquanto ia em direção à cozinha. - Sabe por que as plantas não falam? - tinham acabado de entrar na cozinha. Sara ligava o fogão e Hugh comia cereais com leite na mesa.
- Não tenho idéia. - respondeu Sara em tom patético.
- Por que nasceram mudinhas! Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha.
Hugh girou os olhos e voltou aos cereais e Sara ficou olhando Christian se acabar de rir.
Ainda gargalhando Christian, pois uma xícara de café e sentou-se na mesa ao lado de um jornal.
- Voçe não tem piadas mais engraçadas? - perguntou Sara colocando água para ferver.
- Foi o Allan que me contou essa. Ele é uma piada, mesmo. - já havia parado de rir e agora lia o jornal.
Hugh ficara pensativo com o que sua mãe havia lhe dito e enquanto remexia o cereal pensava se aquilo que, usualmente dizia, seria realmente o certo a se fazer. Essa era a mais profunda duvida dele naquele momento.
- Nossa! - exclamou Christian.
- O que foi agora? - perguntou Sara.
- É aqui no jornal, sobre o blecaute em Londres. Prenderam dois suspeitos de provocar o incidente.
De repente.
tim, tom.
- Atenda, por favor, Christian.
Sem pestanejar Christian saiu deixando o jornal aberto sobre a mesa. O olhar de Hugh escorregou para cima deste, onde lia-se no The Omega.

“CAPTURADOS”

"A Scotland Yard capturou na noite de quarta-feira os principais suspeitos de cometerem o maior blecaute da história da capital inglesa, ocorrido na noite de segunda-feira passada. Os nomes dos suspeitos foram divulgados ontem à noite, são Joshua e Aisdra Smith. Eles foram capturados na região de Ealing depois de uma longa semana de investigações. Foram encontrados com eles cinco passaportes para Vancouver, Canadá. A Scotland ainda investiga a possibilidade de haver uma quadrilha envolvida.”

Havia também uma foto de um homem pálido, de cabelos pretos, longos e lisos que estavam presos num rabo de cavalo, ele cobria o rosto com uma das mãos e também havia uma mulher jovem, bastante bonita e sem maquiagem e fazia uma careta para a câmera. Os dois estavam cercados por jornalistas e havia um policial que estava na frente deles abrindo a porta de um carro preto. E, além disso, a palidez da pele dos suspeitos, na foto do jornal, deixara Hugh curioso. "Será que eram vampiros também?", pensou.
Hugh mal havia acabado de comer quando seu pai apareceu na porta chamando-o.
- Hugh, é para voçe. - falou Christian sorrindo. - Glooskap é o nome dele. Venha. - chamou.
Ele ficara curioso, afinal não conhecia ninguém com aquele nome. Naquele momento tinha que saber quem era Glooskap.