quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capitulo Dois - Ousix

Ousix era o nome que levava o pequeno vilarejo de origem francesa, onde moravam os Dakin. Este pequeno vilarejo, à meia hora de Kamloops, Columbia Britanica, Canadá.
Era composto por sete ruas e algumas casas senhoriais, também era cercado por colinas e bosques que traziam certo charme ao vilarejo.
Ousix, comparada às cidades grandes, era medíocre, mas tinha muitas e muitas histórias que chegavam a dar inveja.
Fundada em 1812, as casas ainda preservavam a arquitetura da época. No centro do vilarejo havia uma praça com um chafariz.
Os habitantes da Ousix faziam o tipo da família Dakin, ou seja, as pessoas que moravam ali eram bruxos, vampiros ou mestiços.
Como já foi dito, alguns bruxos odeiam alguns vampiros, por esses motivos os vampiros e bruxos que não seguiam os padrões de confronto, viviam ali.
Outro importante nome de família que habitara o vilarejo eram os Ranscinni. A família Ranscinni habitou a Ousix até a carnificina que os envolveu. Habitavam na maior casa do vilarejo, que no momento se encontrava abandonada. Ao anoitecer a imagem do casarão era muito mística.
Hugh Dakin morava ali deste seu nascimento. As maiorias de seus vizinhos ali não tinham filhos, os únicos eram os Dakin e outra família chamada Akinburguer.
Os Akinburguer habitavam na terceira rua subindo da praça central; num casarão de época com três andares e um jardim bem bonito faziam parte da propriedade.
Nashta Akinburguer era filho único de Lucy e Aroon Akinburguer. Todos eram bruxos. A personalidade de Nashta era um tanto fácil, dito um tanto, pois - raramente - tinha momentos de egoísmo e julgava-se mais esperto que os outros.
Hugh e Nashta eram amigos, mas não estudavam na mesma escola; embora morassem apenas quatro ruas um do outro, era raro quando se encontravam.
Fazia um ano do ocorrido em Kamloops, entre Hugh e o garoto Mike, deste o termino do ano letivo Hugh tinha perdido toda a vontade de continuar seus estudos.
Embora frequentemente afirmasse que não iria voltar para a escola, seus pais diziam que ele iria sim, e iria para a Flyboots.
Flyboots era o colégio de “gente rica” que Christian e Sara como bolsista, havia estudado durante a infância e adolescência.
Hugh estava sentado na cama enquanto folheava um livro de capa vermelha e surrada chamado: Dinastia Gwdollen. As folhas amareladas estavam quase se soltando por causa do tempo. O livro pertencia ao seu avô, Sean Dakin.
Seu quarto não era tão grande, mais cabia perfeitamente sua cama, seu guarda-roupa, sua cômoda, sua mesa de cabeceira e um abajur em cima deste.
Hugh nem chegara, a saber, direito o porquê estava com aquilo, mas mesmo assim continuava a folheá-lo a procura de imagens, mas nada viu, então fechou e atirou-o para trás; o livro bateu na parede e caiu aberto com a capa para cima.
Estava tudo tão entediado que tomara um enorme susto com a estridente voz de sua mãe que o chamava.
- HUGH, DESÇA AQUI, PRECISO DE VOCÊ!!! - a voz de Sara cortara o silencio, não só da casa, mas o de toda Ousix.
Hugh pulou da cama e correu em direção ao jardim.
A casa dos Dakin seria mais avaliada como uma "pequena mansão", em vez de uma simples casinha. Tinha dois andares; era pintada - por dentro - de verde musgo e o piso era de madeira de pinheiro, que fora retirado do bosque, talhada e introduzida na casa pelo tetravô de Sean Dakin.
No corredor, onde estava Hugh, ficavam todos os quartos e o banheiro, o de Hugh - que era o primeiro com uma porta de macieira um tanto avermelhada - o de seus pais – que era na segunda porta, também de macieira - e mais um de visitas e o banheiro na penúltima e ultima porta, respectivamente, e era do mesmo material das anteriores. O corredor tinha também, alguns quadros, todos de Dakins passados e por fim haviam duas escadas; uma de faia, bem estreita e em caracol, que subia para o sótão, e uma de carvalho, bem ornamentada com balustres no estilo gótico e modelada, larga, que descia para os cômodos abaixo, como a sala de estar, cozinha e sala de jantar.
Hugh desceu e chegou à sala de estar; esta era bastante ampla. Dois sofás e uma poltrona, ambos verdes, que ficavam de frente para a lareira e entorno de uma mesinha, havia uma estante de teixo – que fora comprada pelo pai de Sean de um mercador português - com alguns livros e enfeites. Também havia mais quadros lá e o que chamava mais atenção era um retangular, bem grande, que estavam nele, um homem – sentado - barrigudo com um vasto bigodão um tanto curvado para cima, usava um monóculo, uma casaca preta de seda e com longas abas traseiras, sua expressão era séria; ao lado do homem estava sentada uma mulher com aparência severa, usava um coque para prender seus vastos cabelos pretos, vestia um vestido de cetim bem ornamentado em cor preta com poucos babados e fechado até o pescoço; em seu colo estava uma menininha com rosto redondo que usava um vestido com muitos babados e bastante comportado e seus cabelos cacheados estavam soltos; mais atrás, de pé estavam dois meninos, um já era adolescente e aparentava ter uns dezesseis anos tinha, no rosto, uma pequena quantidade de espinhas e tinha o rosto bastante bonito e um pouco triste, seus cabelos pretos aumentavam seu charme de galã, usava um colete preto sobre uma camisa branca, calças e sapatos igualmente pretos e o outro aparentava ter uns onze anos, tinha o rosto bastante frio e duro para a idade e vestia a mesma roupa que o outro; era incrível a semelhança entre o este menino e Hugh. Aqueles eram os Dakin do ano de 1865, as pessoas – e vampiros - mais poderosas da Columbia Britanica. Hugh não parou para admirar esse retrato. Afinal o via todo dia.
Naquela casa tudo, era tão velho, que, qualquer aparelho novo fazia um extremo contraste com os moveis antigos.
Seguiu em direção a porta da cozinha. Ao entrar sentiu um forte cheiro de torradas e café recém preparados. Aquilo fez Hugh se sentir mais acordado.
A sala de jantar dos Dakin ficava bem ao lado da cozinha e era composta por uma mesa comprida com doze cadeiras, ambas de madeira escura e num estilo rústico.
Em relação aos outros cômodos, a cozinha, era o menor. Num estilo de cozinha norte-americana.
Lá o novo e o antigo se misturavam. Pia antiga, de mármore, ao lado do fogão cinco bocas. Armários de pinheiro, da época da construção da casa, com uma geladeira ultra-moderna.
Continuou e finalmente chegou aos fundos da casa, onde se erguia uma estufa, já dentro desta havia uma grande variedade de flores, de orquídeas a um grande girassol que aparentava estar murcho.
- Me chamou mãe? - perguntou Hugh entrando.
Sara estava vestida com uma roupa velha, verde, luvas de jardineiro e um avental rosa muito sujo de terra. No momento que Hugh chegara ela aguava uma tulipa arroxeada.
- Sim filho. Me ajude a plantar aquelas mudinhas, sim? - e apontou para o outro lado onde havia uma estante com varias geringonças e quatros mudas envoltas num saco cheio de terra úmida.
- Do que são? - perguntou Hugh pegando um vaso, uma pequena pá e indo até elas.
- São rosas.
- Quem deu? Pensei que já tivéssemos uma. - indagou Hugh envazando a primeira muda.
- Lucy Akinburguer que trouxe pela manha. As nossas murcharam. -
Ao acabar, Hugh foi em direção a uma torneira para lavar as mãos, foi quando Sara começou.
- Lucy me disse que Nashta vai para um colégio chamado Caerdwyff, fica na Ilha Vancouver. Muito bom aquele colégio, o melhor do Canadá, segundo Lucy.
Hugh já tinha uma decisão formada sobre aquele assunto e não iria voltar atrás.
- Mãe, já falei que não quero voltar para a escola. Todos me olham torto e parece que eles têm nojo de mim, só por que sou assim. – falou enfatizando para sua pele.
Sara sabia o que aconteceu com Hugh um ano atrás e também tinha o mesmo receio que ele.
- Tenho medo de acontecer de novo.
- Mas voçe não pode parar com seus estudos só por causa de uma coisa boba. Voçe terá que seguir com seus estudos. - sua voz tinha um quê de bronca.
Hugh abriu a boca para se defender, mas engoliu em seco.
A porta da estufa se abriu e um homem um tanto pálido, com feições serias, quiexo quadrado, cabelos pretos, olhos castanhos e vestindo um palitó preto apareceu. Era Christian.
- Se não é meu filhão e a minha mais preciosa flor. - dito isso Sara corou. O rosto serio de Christian ficara alegre de repente. Caminhou até Sara onde abraçou-a e dera-lhe um selinho. Hugh desviara o olhar.
- Como vai, moça? - perguntou novamente em tom de brincadeira.
- Tudo bem. Como foi o trabalho? - perguntou Sara desvencilando-se de Christian.
- Quase tudo bem. Só uns probleminhas aqui e ali, mas fora isso, tudo bem.
Sara tirou o avental e as luvas e jogou-as dentro de um velho balde.
- Vou tomar café, mãe. - falou Hugh retirando-se.
- Opa, filho nem falou comigo. - disse Christian.
- Oi. - respondeu ele.
- O que há com Hugh?
Sara deu de ombros e foi até a saída com um molho de chaves na mão. Christian a seguiu.
Já do lado de fora perguntou.
- Essa estufa me lembrou uma piada. Quer ouvir?
- Não. - respondeu Sara, pois, em geral, as piadas de Christian eram todas sem graça.
- Vou contar assim mesmo assim. - falava enquanto ia em direção à cozinha. - Sabe por que as plantas não falam? - tinham acabado de entrar na cozinha. Sara ligava o fogão e Hugh comia cereais com leite na mesa.
- Não tenho idéia. - respondeu Sara em tom patético.
- Por que nasceram mudinhas! Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha.
Hugh girou os olhos e voltou aos cereais e Sara ficou olhando Christian se acabar de rir.
Ainda gargalhando Christian, pois uma xícara de café e sentou-se na mesa ao lado de um jornal.
- Voçe não tem piadas mais engraçadas? - perguntou Sara colocando água para ferver.
- Foi o Allan que me contou essa. Ele é uma piada, mesmo. - já havia parado de rir e agora lia o jornal.
Hugh ficara pensativo com o que sua mãe havia lhe dito e enquanto remexia o cereal pensava se aquilo que, usualmente dizia, seria realmente o certo a se fazer. Essa era a mais profunda duvida dele naquele momento.
- Nossa! - exclamou Christian.
- O que foi agora? - perguntou Sara.
- É aqui no jornal, sobre o blecaute em Londres. Prenderam dois suspeitos de provocar o incidente.
De repente.
tim, tom.
- Atenda, por favor, Christian.
Sem pestanejar Christian saiu deixando o jornal aberto sobre a mesa. O olhar de Hugh escorregou para cima deste, onde lia-se no The Omega.

“CAPTURADOS”

"A Scotland Yard capturou na noite de quarta-feira os principais suspeitos de cometerem o maior blecaute da história da capital inglesa, ocorrido na noite de segunda-feira passada. Os nomes dos suspeitos foram divulgados ontem à noite, são Joshua e Aisdra Smith. Eles foram capturados na região de Ealing depois de uma longa semana de investigações. Foram encontrados com eles cinco passaportes para Vancouver, Canadá. A Scotland ainda investiga a possibilidade de haver uma quadrilha envolvida.”

Havia também uma foto de um homem pálido, de cabelos pretos, longos e lisos que estavam presos num rabo de cavalo, ele cobria o rosto com uma das mãos e também havia uma mulher jovem, bastante bonita e sem maquiagem e fazia uma careta para a câmera. Os dois estavam cercados por jornalistas e havia um policial que estava na frente deles abrindo a porta de um carro preto. E, além disso, a palidez da pele dos suspeitos, na foto do jornal, deixara Hugh curioso. "Será que eram vampiros também?", pensou.
Hugh mal havia acabado de comer quando seu pai apareceu na porta chamando-o.
- Hugh, é para voçe. - falou Christian sorrindo. - Glooskap é o nome dele. Venha. - chamou.
Ele ficara curioso, afinal não conhecia ninguém com aquele nome. Naquele momento tinha que saber quem era Glooskap.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Capitulo Um - A priori

Os Dakin da Colúmbia Britânica, Canadá, eram uma família muito antiga e respeitada da região. Eles poderiam sair por aí falando “Isso nos contemplem, isso...", mas não, apesar de serem ricos, respeitados e influentes eles eram muito humildes.
O penúltimo Dakin, de nome direto, era Christian, um homem alto, cabelos pretos e olhos castanhos escuro. Christian havia se casado com Sara Orfen e como fruto desse relacionamento havia nascido Hugh Dakin.
Christian, sendo um Dakin, guardava um segredo que se fosse descoberto todos seriam fortemente abalados.
Os Dakins eram conhecidos entre os humanos na elite empresarial, jornalística e bancária e no “mundo oculto” eram conhecidos pelas proezas realizadas pelos membros desta; eram conhecidos como vampiros muito poderosos.
Christian na infância sofrera muito com isso, pois não podia brincar com as outras crianças, pois não tinham renome, e também para não ataca-las e para não morrer queimado no sol. Durante a adolescência - enquanto freqüentava o caríssimo Colégio Flyboots - sofreu muito, não pelo vampirismo, mas sim pelo amor; um amor que sua família não aceitava. Sara era uma bolsista e uma “plebéia”, de acordo com o que Sean, pai de Christian, dizia e isso poderia sujar a imagem dos Dakins e, além disso, era bruxa, um dos inimigos dos vampiros, um grave pecado para Christian. Sean chegou a desertá-lo da família, tirou seu nome do testamento e expulsou-o de casa; tudo contra seu romance com Sara. Juntos foram para Toronto, onde se estabeleceram na casa da tia de Sara; ficaram de 1999 até 2005, quando voltaram para os arredores de Kamloops.
Sara Orfen era uma mulher tímida que descendia de uma longa dinastia de bruxos druidas, o nome Orfen não era tão conhecido quanto o nome dos Dakin, na verdade só ficaram conhecidos depois que o casamento entre Christian e ela foi se espalhando de boca em boca. Ela tinha cabelos castanhos e olhos pretos. Seu cabelo ondulado descia até metade das costas.
Com o nascimento de Hugh, os pais de Christian cederam a casa. Ele era um menino de cabelos castanhos escuro, olhos da mesma cor. E por ser mestiço de vampiro com bruxo, tinha certa palidez na pele.
Algo que surpreendera Christian e Sara, foi o fato de Hugh não se inflamar no sol, ele era resistente (do contrario do pai) e não tinha dependência de sangue humano, algo raro e que agradou seus pais. A única complicação de Hugh veio aparecer quando ele tinha dez anos, enquanto estava na escola em Kamloops...

... A porta de macieira da mansão dos Dakin se abriu e dela surgiu um homem alto, de terno e cabelos pretos, segurava uma maleta numa mão e na outra a mão de um menino pálido, cabelo castanho escuro e que vestia um suéter azul-marinho com o emblema da escola; sua palidez era inferior a do pai.
Eram Christian e Hugh Dakin.
O céu estava com poucas nuvens grossas e cinzentas, mas raios de sol penetravam-nas e iluminavam com intensidade. Christian parou, olhou-as num tom sombrio; elas começaram a se mover, como se um vento muito forte as soprasse. Então de repente o céu ficou intensamente nublado. Christian deu um meio sorriso, fechou a porta e se dirigiu ao carro, uma Mercedes preta, entraram no carro e partiram.
Minutos depois, quando chegaram a uma estrada Christian falou para Hugh:
– Voçê esta bem filho?
Hugh nada disse, apenas ficou frio e imóvel com os olhos fixos na frente do carro, sem expressar algum sentimento. Christian não sabia se aquilo era normal para um meio-vampiro de dez anos, mas estava preocupado porque Hugh iria para a escola e poderia atacar alguém.
O transito não estava intenso, e isso facilitou a viagem. Vinte minutos depois eles entraram em Kamloops, seguiram pelas ruas e pararam na frente de um colégio.
Haviam ônibus escolares parados e deles saiam crianças de até 10 anos que estavam adequadamente vestidas como Hugh, exeto as meninas que vestiam uma saia preta e o mesmo suéter da mesma cor. Alguns pais paravam seus carros e desciam com seus filhos. Antes de sair Christian olhou para o céu. "Ótimo, esta do jeito que devia estar", pensou.
– Filho, vamos.
Então Hugh disse:
– Vamos. - sua voz não parecia inocente; aparentemente estava mais pálido do que o normal.
- Hugh, você sabe que segredo é segredo, não é? - perguntou Christian antes de sair. Hugh apenas balançou a cabeça positivamente. - Então vamos!
Christian saiu; foi até a porta de trás e pegou Hugh. Eles não perceberam mais alguns pais os olhavam desconfiados pela coloração pálida deles.
O colégio tinha dois andares e era pintado de marrom claro e de verde água nas janelas. Na frente estava estiada a bandeira do Canadá.
Christian e Hugh passaram pelos olhares espantados das pessoas até a entrada da escola onde uma mulher estava parada na frente de uma sala numerada: Sala 1.
A mulher era alta, magra, tinha o cabelo preto preso em um coque, e usava um blazer fechado cinza e saia vermelha.
Christian se aproximou da mulher e disse:
– Poderia-me dizer onde fica a secretaria?
A mulher o olhou de cima a baixo e respondeu:
– Vá reto, entre no primeiro corredor à direita e entre na segunda porta da esquerda.
Christian e Hugh seguiram suas instruções, passaram por corredores onde crianças corriam para suas salas e coisa e tal. Enfim chegaram a porta da secretaria. Christian bateu três vezes, e a porta se abriu. Dela surgiu uma mulher gorducha de óculos ovais; cabelos pretos presos num rabo de cavalo; estava vestida como a mulher que atendera Christian na entrada, blazer cinza e saia vermelha; ela olhou-os espantada.
- Ah! - disse num tom de nojo; Christian fingiu não notar - Em que posso ajudar?
- Não podemos entrar? - lembrou Christian.
A mulher então se sacudiu e abriu passagem.
Sua sala era quadrada; havia uma mesa, na frente duas cadeiras e atrás uma; havia também uma bandeira do Canadá e algumas estantes e uma janela. A mulher deu a volta, sentou-se e falou:
- Em que posso ajudar?
Christian estufou o peito de orgulho e respondeu:
- Meu filho, Hugh Dakin, é novo na escola e gostaria que a senhora - falou num tom irônico - olhasse a ficha e desse o horário para ele.
A diretora bufou baixinho, abriu a primeira gaveta, procurou, puxou um papel e leu:
- Hugh O. C. Dakin... 22 de julho de 2009... sala 13... professora McKenveen, Educação física... segundo andar - e estendeu a Christian que pegou, olhou-a nos olhos e disse num tom desagradável: "Obrigado".
Christian levantou-se com Hugh e saíram da sala. Felizmente não viram a cara de satisfação da diretora ao vê-los deixarem sua sala. Christian olhou para um relógio na parede e viu: 7:30hs.
- Hugh voçê não se importa de achar sua sala sozinho?
- Não, né? - respondeu Hugh num tom desapontado.
- É que o pai esta atrasado e... não se preocupe com nada - e completou enquanto iam ate a escada - e lembre a sua professora que você é... - fez uma pausa, olhou para os lados e disse - alérgico ao sol, okay?
Hugh fez que sim, deu um abraço de despedida em seu pai e rumou pela escadaria.
Ele se sentia sozinho, mesmo que varias outras crianças passassem por ele. Uma sensação de angustia de primeiro dia tomava conta dele.
"Sala 11, sala 12, sala 13, é essa", pensou Hugh parando na frente da sala 13 que estava com alguns alunos e uma professora, mas não foi isso que Hugh havia visto, ele vira uma multidão que o olhava com medo; mesmo assim avançou tentando tranqüilizar. Seguiu ate a terceira mesa da primeira fileira, sentou e encolheu-se do olhar dos outros alunos.
- Bom dia, crianças. - começou McKenveen - Meu nome é Laura McKenveen e sou a professora de Educação Física - ela usava uma roupa esportiva azul-marinho.
- Irei fazer a chamada, a pauta e depois sairemos para a quadra, certo? - todos repetiram em uníssono "sim, professora McKenveen"; todos exceto Hugh que de tão encolhido chegou a sumir por debaixo da cardeira.
McKenveen fez a chamada, e comentou por quase dez minutos o que iriam fazer no decorrer do ano em sua matéria, e enfim disse:
- Vamos lá. - enquanto os alunos se levantavam para sair, ela completou - Formem fila na frente da sala.
Hugh estava disperso em seus pensamentos, tentando ficar invisível aos outros, mas infelizmente a professora notara que ele estava ali.
- Voçê é o Hugh?
- Sim - respondeu num sussurro rouco.
- Voçê não vai sair?
- Sim - respondeu do mesmo modo
Hugh não queria ir, pois até ali não tinha amigos com quem se divertir na aula, naquele momento tivera uma idéia: usar seu lado Dakin ao seu favor.
- Professora, acho que já percebeu, mas... não posso receber luz solar, sabe...
McKenveen olhou pensativa e disse num tom animado:
- Ah, igual a um vampiro?!?!
Naquele instante, Hugh corou com uma intensidade assustadora.
- Ah, claro que não professora... a senhora acredita nisso? - perguntou tentando disfarçar.
McKenveen pigarreou e respondeu:
- Claro que não acredito nisso Dakin - seu tom de voz agora era sério. - Afinal, me conte logo.
Hugh rapidamente voltou a história, afinal não poderia colocar toda a família Dakin em risco se a verdade fosse dita.
- É que sou meio albino e tenho que ter cuidado com o sol. - começou.
- Esta bem, simplesmente fique longe do sol. - a reação de McKenveen surpreendera Hugh, como uma professora não dava a mínima importância para um dos seus alunos? Hugh ficou parado olhando-a surpreso - Ué! O que voçê quer que eu faça?- disse encarando-o - Quer que eu corra com um guarda-chuva perto de voçê o tempo todo?
- Não sei, no mínino né? - respondeu num tom falso.
McKenveen riu num tom de desdenho.
- Ha, ha, ha, Dakin me poupe, vamos logo. - falou e saiu.
Hugh ficou absorto em suas idéias até que decidiu por sair; foi até o fim da fila onde ficou esperando pelas instruções de McKenveen; depois de um minuto eles seguiram-na, passando pelos corredores vazios até saírem pelas portas do fundo da escola, onde tinham acesso às quadras esportivas.
No momento em que Hugh se aproximava da porta de saída, ele ficava cada fez mais receoso com as pessoas que continuavam olhando-o com nojo.
Andou e saiu do prédio da escola e seguiu ate uma quadra coberta, foi quando McKenveen o olhou como se tivesse descoberto a farsa que Hugh lhe contara, ela respirou fundo e foi ajudar os grupos que começam a se separar para praticar esportes.
Um menino de sua mesma idade; que estava em sua frente; virou-se e apresentou-se:
- Oi, sou Mike Stuarts e voçê quem é?
Hugh havia sido pego de surpresa, mas conseguiu responder:
- Ah, sou Hugh Dakin.
- Quer jogar basquete com a gente?
- Sim - Hugh não poderia recusar, embora não soubesse jogar basquete.
Os dois rumaram até um grupo de alunos que estavam em fila e tentavam acertar a bola no cesto.
- Eu ouvi sua conversa com a professora McKenveen - começou Mike.
Hugh se assustara com o modo com que Mike começara o assunto.
- E ? - falou Hugh num tom de que não esta nem aí.
Mike olhou-o nos olhos, e algo no olhar de Mike fez Hugh desconfiar, os olhos de Mike eram castanhos num tom alaranjado.
- E que sei o que voçê é - murmurou Mike - voçê é um vampiro! - disse quase num sussurro.
Hugh se enchera de vergonha e raiva do menino. "Como é possível? E agora, e agora???" pensava fervorosamente, " Tenho que inventar algo, é, isso mesmo!!!" mas Hugh tinha um problema, não sabia disfarçar e nem mentir.
- Que história é essa, Mi-Mike? Isso não... não existe!!! - falou furioso e saiu da fila do basquete, mas para seu azar Mike veio atrás.
- Hei Dakin! Posso falar, pelo menos? - começou Mike enquanto atravessavam um grupo de meninas que jogavam vôlei.
Era quase impossível disfarçar para Hugh, afinal sua pele era tão pálida que a hipótese de Mike sobre ele "poderia" estar certa. Caminhou até sair da quadra. Foi quando Hugh explodiu.
- ME DEIXE EM PAZ MOLEQUE!!! - gritou Hugh tão alto que todos pararam e os olharam.
Daquela fez Hugh não corara, apenas ficara imóvel encarrando Mike com uma fúria intensa. Naquele momento sentiu vontade de atacar Mike; seu lado Dakin quis atacar, mas seu lado Orfen quis proteger.
Esse conflito causou em Hugh uma sensação estranha; não podia mais conter os impussos. Tinha que ataca-lo.
Hugh se projetou para frente, em direção a Mike.
Seu corpo tombou...
Sua vista se escureçeu...
Tudo apagou...

domingo, 6 de setembro de 2009

Prologo

Condrace Road, Londres
22:34

Condrace Road estava para perder um dos seus mais ilustres moradores. Hérico Glooskap era um senhor de setenta e sete anos, tinha cabelos e barba branca, sua barba era rala, olhos cor de mel e aparência cansada.
Embora fosse velho, Glooskap, tinha um currículo que fazia inveja à muitos jovens. Glooskap graduou-se em química por Harvard no final dos anos setenta, e após voltar para a Inglaterra começou a lesionar em Oxford, onde ficou de 1986 à 1999 então apresentou sua aposentadoria e ficou vivendo na Condrace Road deste então.
Um carro Toyota preto entrou na rua Condrace, avançou e parou na sétima casa, manobrou e enfim estacionou. A porta se abriu e um homem alto, jovem, vestido de terno preto saiu do carro foi ate a frente da casa e tocou a campainha.
Tim, dom, tim, dom.
A porta se abriu e Glooskap apareceu
- Você esta quatro minutos atrasado, McPhee - falou Glooskap ao reconhecer o homem.
McPhee era alto, jovem, cabelos pretos curtos, olhos azuis e oculos quadrado.
- Me desculpe senhor. Sabe que não tenho a pontualidade britânica. - falou McPhee entrando no hall da casa.
Ao chegarem na sala de estar, Glooskap disse enquanto fechava um grande malão que estava em cima so sofá.
- Agradeço muito a carona Willian. Os táxis estão um absurdo! - criticou enquanto colocava a mala no chão.
A sala era bem cuidada, tinha dois sofás e uma poltrona vermelha, uma mesinha de centro, um quadro da Monalisa na parede ao lado de um relógio de pendalo, uma estante e uma lareira que no momento estava apagada, o carpete era verde musgo e a pintura das paredes eram vermelhas e tinha uma escada de mogno ao fundo.
Willian McPhee olhou em volta, pigarreou e perguntou:
- Me desculpe a curiosidade, senhor, mais para onde vai mesmo?
Glooskap foi ate um outro malão marom do lado da poltrona e respondeu enquanto arrastava a mala para o lado da outra.
- Vancouver. Aceitei uma vaga de professor num colégio chamado Caerdwyff.
- Pensei que o senhor estivesse aposentado. - contrariou Willian.
- Ah, eu estava, mais uma amiga que é diretora me convidou e eu não gosto de fazer mal as pessoas. Romanenko é uma boa pessoa... e... tambem a escola parece ser muito boa. - Glooskap olhou em voltou - Poderia dividir o peso das malas comigo?
- Claro.
Minutos depois, McPhee e Glooskap sairam da casa. Se encontravam agora na calçada e enquanto Glooskap trancava a porta e McPhee colocava as malas no porta-malas.
Eles entraram no carro e enfim partiram. O carro praticamente deslizou pela rua, onde as luzes dos postes iluminava o preto do Toyota.
- É uma universidade? Ou o que é? - perguntou McPhee sobre a Caerdwyff.
- Não! Deus me livre de lecionar para adultos novamente! - respondeu Glooskap enquanto girava a maçaneta da porta para fechar, totalmente a janela - Caerdwyff é uma escola secundaria com alunos dos onze aos dezesseis anos, sabe.
McPhee se sacudiu e disse num tom rispido.
- Nossa, sabe oque essas crianças de hoje em dia fazem? Tudo de ruim - respondeu antes de Glooskap abrir a boca - Sabe que não respeitam mais os professores.
Glooskap tentando fazer a conversa pender para o seu lado falou:
- Lá deve ser diferente. - então recitou - Uma das melhores instituições de ensino da Columbia Britanica... ninguém merece universitarios desrespeitosos.
McPhee porem se calou; eles acabavam de entrar numa via expressa quando algo que mudaria a vida deles acontece.
O Toyota preto parou bruscamente como se algo o empurasse para tras; o carro que estava logo atras fora surpreendido e batera na traseira do Toyota, e assim, num efeito dominó todos os outros carros paravam ou fazam uma manobra brusca para um dos lados. O engarrafamento foi inevitavel.
O corpo de Glooskap se projetou para frente, mais o cinto de segurança o protegeu. McPhee porem, sem cinto, bateu com a cabeça no volante. O air-bag não havia funcionado!
- Mais que... - disse McPhee, colocando a mão no nariz , que sangrava, o vidro de seu oculos rachara.
Por um breve momento tudo parou e em seguida houve uma explosão em um poste de luz proximo à eles. O blecaute foi inevitavel.
McPhee tentava ver em volta mais não era possivel para ele. Glooskap, meio aturdido, tirou o cinto de segurança, abriu a porta e saiu.
Depois de olhar em volta, viu o caus. Exatamente na frente do Toyota havia uma figura alta, palita e de roupas pretas e longas com cabelos pretos e lisos até os ombros. A frente do carro encontrava-se amasada.
A figura deu um passo à frente e Glooskap um para trás.
- Para onde estava indo Hérico, sem nosso concentimento? - dizia a figura com voz masculina.
Glooskap recuava, dando a volta em um carro Honda vermelho ao lado.
- Não sei para onde estava indo. Mesmo se soubesse, não lhe diria, não é? - e correu ate o Toyota de McPhee, mas a porta se fechou na cara de Willian que no momento iria sair.
Uma outra figura, alta, palida, roupas pretas, apareceu diante da porta do carro.
O caos era tanto que ninguem os notava, embora algumas pessoas correçem assustadas e outras tentavam abrir as portas de alguns carros, mas estavam todas trancadas.
- Invisibilidade! - exclamou Glooskap surpreso - Devia saber que isso era uma emboscada... e não sabia que os vampiros britanicos podiam ficar invisiveis.
A figura que fechara a porta era um vampiro! Ou melhor, uma vampira.
- Aisdra! Não sabia que voçê já estava fazendo ataques.
A vampira era bonita, jovem, devia ter uns 17 anos, seus labios estavam maquiados de cor roxa.
- Porque nós não acabamos logo com isso Joshua? - perguntou Aisdra.
O vampiro deu a ordem.
- Ataque, então - disse Joshua num tom frio.
Aisdra simplesmente avançou para Glooskap.
- Vampirus pos mortem - exclamou Glooskap causando um brilho intenso; Aisdra recuou cambaleante, Joshua virou a cabeça e Glooskap desapareceu junto com o brilho.

Epigrafe

É mais seguro reconciliar-se com um inimigo do que derrotá-lo. A derrota pode privá-lo de seu veneno, mas a reconciliação privará a vontade de envenenar-te.
(Owen Feltcham)

Algumas Ocorrências

Fatos estranhos sempre ocorrem e ocorreram em varios lugares do mundo, algumas sem explicação.
Mais deste o periodo da Inquisição na Europa, que teve inicio por volta de 1183 levava à condenação todos aqueles que fossem inimigos do Estado ou proclamassem heresias. O fato é que bruxas se tornaram o alvo principal da Igreja.
Bruxos, vampiros e lobisomens e outras formas de vida mágica sempre viveram em segredo com medo da ignorancia de humanos que sempre os viram como formas tenebrosas.
Com o passar dos tempos bruxos, vampiros e lobisomens se tornaram inimigos mortais, digamos que por justa causa. O vampiros vêem os lobisomens como concorrentes pelos humanos, pois os vampiros dependem dos humanos, ou melhor, do sangue dos humanos para se tornarem mortais, por mais paradoxal que pareça. Os lobisomens destrossam os corpos dos humanos e os bruxos não tem dependencias nas coisas dos humanos e por isso vêem os vampiros e lobisomens como a ralé dos seres.
Entao neste ciclo, os unicos que realmente acabavam sofrendo são os humanos, que são qualquer pessoa sem acesso à magia.
Segundo à Igreja, na epoca, acreditava que qualquer forma de vida relacionada ao oculto devia ser condenada, fazendo surgir dentro da comunidade bruxa um odio entre os mesmos. Bruxos de magia branca estavam sendo condenados por coisas feitas por bruxos de seitas, clãs e sociedades diferentes, tanto inicio à separação das comunidades magicas.

Sinopse

Hugh Dakin poderia ser chamado de um garoto normal se não fosse pelos misterios que o envolvem. Por causa de seus genes tem uma personalidade meio problematica e por esse motivo não gosta de frequentar a escola.
Certo dia recebe uma visita que mudaria seu futuro. Um homem que se diz professor de uma escola ofereçe uma vaga a Hugh, que recusa. Mas devido a presão da família volta atrás.
Na Caerdwyff sua vida toma um novo rumo, problemas sociais começam a surgir e ele logo se vê no meio de um mistério.
Será que Hugh conseguirá desvendar o segredo das Planícies?